Para a fertilização in vitro, a paciente produz de cinco a 20 óvulos, sob estímulo hormonal, que serão fecundados em laboratório. São recolocados no útero no máximo quatro embriões, o que possibilita uma taxa de gravidez de 30% – o excedente é congelado. Um número maior de embriões não aumenta significativamente a incidência de gestação mas sim, a possibilidade de gestação múltipla. Depois de 48 horas da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, quando apresenta quatro células, o embrião está pronto para ser transferido para o útero ou para ser congelado. É possível mantêlo em cultura, no máximo, por mais dois ou três dias, mas o melhor é transferi-lo ou congelá-lo no segundo dia de cultura para evitar sofrimento nas condições do laboratório. Os embriões são colocados em um meio de cultura para evitar a formação de cristais de gelo, capazes de destruir as estruturas contidas no citoplasma, durante o congelamento. A absorção do meio de cultura pela célula depende exclusivamente da qualidade do embrião; os que não o fazem são destruídos pelo congelamento. Existe um programa computadorizado que reduz a temperatura do embrião progressivamente, de acordo com uma tabela, de 37°C positivos a 196°C negativos. Em seguida, o recipiente com os embriões é imerso em nitrogênio líquido, onde fica por período indefinido. O ongelamento não causa danos ao embrião, tanto que resultados satisfatórios já foram obtidos com embriões congelados por mais de 10 anos. A idade da mulher também é um fator importante em reprodução humana. Acima dos 39 anos, diminui gradativamente a capacidade de engravidar, assim como os óvulos perdem a capacidade de serem fecundados ou produzirem embriões de qualidade, o que aumenta os riscos de malformação genética. Como ainda não é possível congelar óvulos, só espermatozóides e embriões, se a mulher nessa idade não conseguir resultados satisfatórios com a estimulação hormonal, pode recorrer a óvulos doados para conseguir engravidar.
“Nada na biologia faz sentido exceto à luz da evolução” Theodosius Dobzhansky
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Por que o organismo da mulher não responde imunologicamente ao espermatozóide após o ato sexual?
O organismo da mulher responde, sim, imunologicamente ao espermatozóide. No entanto, trata-se de uma reação mínima se comparada a outras respostas imunológicas naturais ou adquiridas do organismo, como as reações alérgicas. O motivo é uma deficiência de antígenos na superfície externa dos espermatozóides, ou seja, eles não são reconhecidos como um antígeno (substância capaz de provocar a formação de anticorpos) pelo organismo da mulher. Por outro lado, é bem documentada a produção de anticorpos antiespermatozóides pelo organismo feminino. Não se sabe ao certo qual é a função desses anticorpos, mas é possível que funcionem como um sistema de “limpeza”, cuja função seria remover os espermatozóides depois de uma fecundação frustrada. Outra hipótese é que funcionem como uma proteção natural do organismo, pois sabe-se que as mulheres que engravidam nas primeiras relações sexuais estão mais sujeitas à pré-eclâmpsia – patologia que ocorre no final da gravidez provocando o edema, hipertensão arterial e proteinúria (excreção de urina com quantidades elevadas de proteínas). Aquelas que tiveram apenas um parceiro sexual também fazem parte desse grupo de risco. Mulheres produtoras de grandes quantidades de anticorpos antiespermatozóides têm dificuldades para engravidar e de levar a gestação adiante. Esses anticorpos são secretados no muco cervical – dentro do colo uterino – e impedem a migração dos espermatozóides da cavidade vaginal para dentro do útero. Aqueles que conseguem atravessar essa barreira também podem ter dificuldade para efetuar a fecundação propriamente dita. E, caso ocorra a fecundação, essas mulheres estão mais propensas a ver sua gestação terminar em aborto espontâneo.
[Ciência Hoje 195 – julho/2003]
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
A BIOLOGIA É UNA
A Biologia é una. Quer quando estuda, em seus aspectos mais abrangentes, os ecossistemas, as populações, os indivíduos ou os seus órgãos, quer quando enfoca os mecanismos, em seus menores e mais complexos detalhes, em nível celular ou molecular, o biólogo está sempre voltado à compreensão de um único e mesmo fenômeno: a vida. É fundamental, portanto, que a vida, em toda a sua riqueza e diversidade de manifestações, seja, também, o fenômeno a ocupar o centro das atenções do ensino de biologia, dando-se prioridade aos seus aspectos integradores, em detrimento de conhecimentos muito específicos e descontextualizados. Em grande parte, essa nova proposta de como ensinar a biologia está relacionada à própria mudança, ocorrida nas últimas décadas e no seio da própria disciplina, de seu conceito fundamental – a vida. Se antes vida era caracterizada como substantivo, como “coisa”, a ser conhecida a partir do estudo de suas partes e em detalhes, hoje isso já não é mais possível. Integrados aos conhecimentos gerados pela física e pela química, os conhecimentos atuais da biologia impõem um novo conceito, em que a vida, enquanto fenômeno a ser investigado, passa a ser vista como verbo, como processo, como ação. Ao professor, essa nova visão sobre a vida impõe também uma mudança de metodologia no ensino: além de dar importância aos componentes que caracterizam a vida (os seus constituintes químicos, as organelas, as células, os tecidos etc.), ele deverá, agora, preocupar-se também com os “comportamentos” desses constituintes da vida, buscando tornar evidente a seus alunos os processos mais amplos em que eles estão envolvidos.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Ciência inclusiva - Primeiro curso de biociências para surdos do Brasil
Acaba de ser inaugurada uma iniciativa pioneira no Brasil: o primeiro curso de biociências para surdos. Para mostrar como a ciência pode contribuir para a inclusão dos deficientes auditivos, o Estúdio CH desta semana recebe a idealizadora do projeto, a imunologista Vivian Rumjanek, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além de falar sobre o curso, ela mostra os desafios do ensino de ciência para surdos. Em entrevista a Mariana Ferraz, a pesquisadora conta como surgiu a ideia de criar o curso. Segundo Rumjanek, uma de suas motivações foi uma experiência que viveu na China há 20 anos, quando teve que passar nove horas no aeroporto aguardando um voo. Ela não conseguia se comunicar com ninguém, pois todos só falavam chinês, e então percebeu a dificuldade de estar em uma situação em que não se compreende nada. A intenção da pesquisadora é incluir os surdos no ambiente universitário, onde há poucas pessoas com esse tipo de deficiência. O curso, que tem duração de um ano e conta com três intérpretes da língua brasileira de sinais (Libras), faz parte de um convênio entre a UFRJ e o Instituto Nacional de Ensino para Surdos. As aulas da primeira turma devem começar este mês. A iniciativa baseou-se em uma experiência anterior: a realização de cursos de uma semana destinados a alunos surdos. Rumjanek fala sobre as dificuldades encontradas para traduzir os termos científicos para a linguagem de sinais e de que forma foi possível superar esses obstáculos. A pesquisadora conta ainda como esse trabalho inclusivo que vem realizando pode se expandir e beneficiar alunos surdos em outras instituições de ensino. Para ouvir a entrevista completa, siga as instruções do quadro abaixo. A Redação Ciência Hoje On-line 12/08/2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Tesouros brasileiros. Livro reúne mais de duas mil plantas raras que só existem no Brasil
Você já viu, em algum lugar, a planta abaixo? Provavelmente não. Isso porque ela só é encontrada em um local: o município de Mato Verde, em Minas Gerais. Chamada pelos cientistas de Arrojadoa eriocaulis, esta é uma das mais de duas mil espécies de plantas raras que existem somente em nosso país. Uma planta é considerada rara quando é encontrada em uma área menor do que dez mil quilômetros quadrados: o equivalente a menos da metade de Sergipe, o menor estado do Brasil. Para identificar espécies com essa característica, entre 2007 e 2009, um grupo de 175 cientistas de 55 instituições nacionais e estrangeiras pesquisou a flora brasileira. O resultado desse trabalho está no recém-lançado livro Plantas raras do Brasil, que reúne 2.291 espécies, encontradas somente em nosso país. Em defesa das plantas raras O número parece alto? Pois os pesquisadores avisam que ele pode ser maior – há, com toda certeza, espécies raras no Brasil que permanecem desconhecidas pela ciência e correm o risco de desaparecer antes mesmo de serem descobertas. Em nosso país, aliás, a maior parte das plantas raras está nos estados de Minas Gerais e Bahia, mostrou a publicação produzida pela Universidade Estadual de Feira de Santana e a Conservação Internacional. Porém, para garantir a preservação desse tipo de flora, os pesquisadores, com base nos dados do livro Plantas raras do Brasil, estabeleceram 752 áreas do país consideradas estratégicas para a conservação de espécies desse tipo.
Essas áreas devem receber atenção especial dos governantes para a conservação, ainda mais porque metade delas já está degradada. “O estabelecimento dessas áreas de proteção é o resultado mais importante desse livro. Essa informação é inédita para o território nacional”, conta Alessandro Rapini, um dos organizadores do livro Plantas raras do Brasil.
Quer conhecer algumas das espécies apresentadas por essa obra? Pois ela está disponível na internet. Então, visite-a! Quem sabe alguma espécie cresce bem perto da sua casa? Você vai ter a chance de apreciá-la na natureza e ajudar a preservá-la!
FONTE: Marcella Huche Ciência Hoje das Crianças 17/08/2009
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2009 - O ANO DE DARWIN
No ano de 2009 comemoramos o segundo centenário do nascimento de Charles Darwin (1809-1882) e o sesquicentenário de publicação do livro “The origin of species” (1859).
Além de muitos eventos internacionais que ocorrerão em 2009, há várias iniciativas que estão sendo organizadas por instituições brasileiras.
Além de muitos eventos internacionais que ocorrerão em 2009, há várias iniciativas que estão sendo organizadas por instituições brasileiras.
DARWIN E A EVOLUÇÃO. Uma teoria que mudou o mundo
A ORIGEM DAS ESPÉCIES
UMA TEORIA REVOLUCIONÁRIA
Em 1859, o naturalista inglês Charles Darwin publicou A origem das espécies, obra que mudou radicalmente nossa concepção da natureza. O livro propunha uma teoria avassaladora: a de que existiria um parentesco evolutivo entre todos os seres vivos. Mais de um século e meio depois, a obra se mantém atual. Nesta edição, quatro artigos examinam a teoria da evolução sob diferentes olhares. E, para lembrar o cenário em que a obra nasceu, a revista apresenta ainda as contribuições de Jean-Baptiste Lamarck e de Alfred Wallace. Um legado de tirar o fôlego.
FONTE - Ciência Hoje
http://cienciahoje.uol.com.br/209
A Arrojadoa eriocaulis é uma planta rara brasileira (foto: M. Machado).
A Origem das Espécies, do naturalista britânico Charles Darwin, é um dos livros mais importantes da história da ciência, apresentando a Teoria da Evolução, base de toda biologia moderna. O nome completo da primeira edição (1859) é On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (Sobre a Origem das Espécies por Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida). Somente na sexta edição (1872), o título foi abreviado para The Origin of Species (A Origem das Espécies), como é popularmente conhecido.Nesse livro, Darwin apresenta evidências abundantes da evolução das espécies, mostrando que a diversidade biológica é o resultado de um processo de descendência com modificação, onde os organismos vivos se adaptam gradualmente através da selecção natural e as espécies se ramificam sucessivamente a partir de formas ancestrais, como os galhos de uma grande árvore: a árvore da vida.A primeira edição, publicada pela editora de John Murray em Londres no dia 24 de Novembro de 1859 com tiragem de 1.250 exemplares, esgotou-se no mesmo dia, criando uma controvérsia que ultrapassou o âmbito académico. Um exemplar da primeira edição atinge hoje mais de 50 mil dólares em leilão.
Fonte - Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Origem_das_Esp%C3%A9cies